Eliphas Levi Zahed: o maior ocultista da humanidade!
Alphonse Louis Constant, conhecido pelo nome iniciático de
Eliphas Levi Zahed, é um dos Mestres da Fraternidade Rosa-Cruz
do Brasil. Este grande adepto nasceu em Paris, a 8 de fevereiro
de 1810 e passou para os outros planos, na mesma cidade, a 31
de maio de 1875. Cabalista, filósofo, poeta e artista, atribui-se a
este grande iniciado a criação do nome OCULTISMO. De acordo
com o historiador, sociólogo e místico francês Antoine Faivre
(05/06/1934 – 19/12/2021), no livro “O Esoterismo”, este termo
deriva da expressão “filosofia oculta”, uma noção criada pelo
alquimista Henrique Cornélio Agripa (14/09/1486 –
18/02/1535), ao dar nome a obra “De Philosophia Occulta”, que
sintetizava o hermetismo da Renascença, em 1533.
Antoine Faivre afirma que este substantivo serve para designar
um conjunto de pesquisas e práticas relativas as ciências como a
astrologia, a magia, a alquimia e a cabala. Às vezes, ocultismo é
sinônimo de esoterismo.
A família de Eliphas Levi Zahed era muito religiosa. O pai (Jean
Joseph Constant) tinha o ofício de sapateiro, a mãe (Jeanne-
Agnès Beaupurt) uma dona de casa com a reputação de grande
cozinheira e sua uma irmã mais velha (Polini Louise Constant)
com uma fama de muito beata. Aos dez anos, o menino já
ajudava nas missas da igreja de Saint-Louis e, em 1830, entrou
para o seminário de Saint-Nicolas-Du-Chardonnet, pois estava
decidido a seguir carreira eclesiástica. Cinco anos depois, foi
ordenado Diácono.
Em 1836, já com considerável conhecimento do grego, latim e
hebraico, realizou pesquisas que lhe deixaram com sérios
conflitos pessoais. Largou o seminário e começou a trabalhar
como pintor, jornalista e até integrou o quadro de funcionários
de um circo. Para sua mãe foi uma grande decepção,
tragicamente levando-a ao suicídio. O fato abalou muito o jovem
Alphonse Louis Constant.
Em 1839, foi atraído para a biblioteca da Abadia de Solesmes,
um mosteiro beneditino localizado na região de Sarthe, famoso
pela preservação do canto gregoriano na França. Suas estantes
guardavam mais de 20 mil volumes. Foram estudos profundos
sobre a história das religiões, o gnosticismo, a cabala e a
astrologia. Historiadores apontam o filósofo espanhol Raimundo
Lúlio (1232 – 1315), o místico alemão Cornélio Agripa (1486 –
1535) e o cientista, místico e filósofo sueco Emanuel
Swedenborg (29/01/1688 – 29/03/1772) como seus principais
mentores.
Pesquisadores afirmam que sua iniciação foi conduzida pelo
padrinho Josef Hoené-Wronski (24/08/1776 – 09/08/1853), um
dos seus maiores influenciadores. Um filósofo, poliglota e
matemático polonês, Venerável Grão-Mestre de Rosa-Cruz da
França, que o induziu a adotar o nome iniciático de Eliphas Levi
Zahed. A data da Iniciação não pode ser definida com exatidão,
devido a várias informações contraditórias.
Em 1841, após o lançamento da obra “A Bíblia da Liberdade”,
passou a ser perseguido pela Igreja de Roma por heresias e
manifestações políticas. Chegou a ser preso por 8 meses e pagou
uma vultosa multa. Nesta publicação, o Mestre combina
ensinamentos místicos com reflexões filosóficas, utilizando uma
linguagem rica em simbolismo e alegorias. Através de uma
análise detalhada de textos sagrados, tradições esotéricas e
conhecimentos ocultos, busca revelar os princípios universais
que governam a liberdade e a evolução espiritual. Eliphas Levi
Zahed começou, na oportunidade, a defender que a verdadeira
liberdade só pode ser alcançada através do autoconhecimento e
da harmonia.
Em 13 de julho de 1846, se casou com a jovem Marie Noémie
Cadiot, com quem ficou durante sete anos. Escreveu panfletos
políticos instigando o povo contra o governo. Foi preso e
condenado a um ano em cárcere fechado, com o pagamento de
uma multa de mil francos. Cumpriu seis meses de pena e
recebeu um perdão.
Em 1847, a esposa deu à luz uma menina, que teve uma vida
muito doente. Por várias vezes, esteve próxima de passar para
outros planos. Historiadores escreveram que numa dessas
oportunidades, o Mestre usou do seu conhecimento e reviveu a
menina. Em 1854, a menina não resistiu a uma grave infecção.
Em 1854, numa viagem a Londres, conheceu o grande iniciado
Edward Bulwer Lytton (25/05/1803 – 18/01/1873), autor de
vários clássicos da literatura ocultista, incluindo Zanoni (1842),
considerado o grande romance esotérico do mundo no século
19. Trocaram muitas informações e realizaram diversas
cerimônias. Nesses encontros, os dois Mestres tiveram visões do
Divino Mestre Jesus de Nazareth, João Evangelista e Apolônio
de Tiana (15-100).
Eliphas Levi Zahed, nesses momentos mágicos (alguns até que
prejudicaram sua saúde), recebeu as chaves que desvendaram o
livro “Apocalipse”; o “Livro dos ROSA-CRUZES”. Daí resultou a
publicação de sua magistral obra, em 1854, “Dogma e Ritual de
Alta Magia”, que apresenta muitos ensinamentos sobre as Leis
Cósmicas e também esquemas da simbologia oculta, com
desenhos autorais.
Em 1855, no retorno à França, começou a publicar a “Revista
Filosófica e Religiosa”, cujos artigos e matérias formaram o livro
“A Chave dos Grandes Mistérios”. O Mestre passou a receber
diariamente, em sua mansão, dezenas de visitantes, em busca de
orientação. Algumas foram classificadas como misteriosas.
Entre suas principais obras, destacamos algumas ainda assinadas
como Alphonse Louis Constant e outras como Eliphas Levi
Zahed e seus respectivos anos de publicação:
A Bíblia da Liberdade – 1841
A Mãe de Deus – 1844 (um épico religioso e humanitário)
O Livro das Lágrimas ou Cristo Consolador – 1845
Dogma e Ritual de Alta Magia – 1854
A Chave dos Grandes Mistérios - 1859
História da Magia – 1859
Fábulas e Símbolos – 1865
A Ciência dos Espíritos – 1868
O Grande Arcano – 1868
As Origens da Cabala – 1869/70
Os Paradoxos da Sabedoria Oculta – 1873
O Livro dos Sábios – 1873
Os Paradoxos da Sabedoria Oculta – 1873
Deixamos por último o livro “Curso de Filosofia Oculta”, de
1865, que foi editado a partir da trocas de correspondências com
discípulo italiano conhecido como Barão Nicolas Joseph
Spédalieri (1812 – 1898). Esta obra torna-se muito interessante,
pois, este aprendiz repassou todo o material para a Helena
Petrovna Blavatsky (30 ou 31/07/1831 – 08/05/1891).
O discípulo francês Stanilas de Guaita (06/04/1861 –
19/12/1897) proclamou que Eliphas Levi Zahed foi o principal
responsável pelo reavivamento espiritual no planeta no Século
XIX. Este Grande ROSA-CRUZ teve uma vida humilde e gostava de
afirmar que os seus livros eram os seus maiores bens. Todo o
cerimonial e os rituais da Fraternidade Rosa-Cruz do Brasil são
baseados nos ensinamentos deste Mestre.